quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

História a Várias Mãos




                                                      A Casa e o Tesouro

 

Os dois irmãos sabiam que há muito a casa estava abandonada.E olhavam-na, de longe, com encanto.

     - Maria! Se lá estivesse um tesouro...?

     - Um tesouro...?! Tu disseste um tesouro...Joaquim!

     - Ouvi dizer que naquela casa havia um tesouro escondido...

Perto daquela casa havia um pinhal verde e húmido que, ao final do dia, com o cair da noite, se tornava sombrio e um pouco assustador.

  Joaquim e Maria costumavam passear e brincar junto a uma árvore todos os dias no final das aulas. Aí ficavam, sentados no tronco, a realizar os trabalhos de casa e, no fim, brincavam por ali. Por entre as brincadeiras olhavam para aquela casa e não escondiam a curiosidade que ela lhes despertava. Mas, no final do dia, regressavam a casa, pois o anoitecer trazia consigo o medo e o receio de permanecer naquele local.

 Naquele dia, o Joaquim estava com vontade de ir à casa abandonada e insistiu:

- Vamos até lá?

- Não será perigoso, Joaquim? – perguntou a Maria.

 -Não! Vai ser divertido! – respondeu prontamente o Joaquim.

-Hoje não! Está a escurecer e tenho medo de ir lá agora. – retorquiu a Maria.

   - Então, vamos lá no fim de semana. Combinado? – acrescentou imediatamente o Joaquim.

Maria aceitou, então, a proposta do seu irmão:

  - Sim, combinado.   

  Na véspera do fim de semana, o Joaquim, empolgado com a aventura, preparou a mochila com aquilo que considerava necessário: uma lanterna, uma corda, um pequeno lanche, um agasalho, uma lupa e um telemóvel. 

Na manhã de sábado, acordaram os dois bem cedo. Maria viu que já estava tudo preparado para a visita à casa misteriosa, pois o Joaquim já tinha tratado de tudo.

            - Bom dia, Maria! Estás preparada para ir descobrir o que esconde aquela casa misteriosa? – perguntou  entusiasmado o Joaquim.

- Bom dia, Joaquim! Estou nervosa e um pouco assustada!- respondeu a Maria.

- Não tenhas medo! Eu estou contigo e, se acontecer alguma coisa, nós temos o que necessitamos. Pensei em tudo! Vá, vai-te vestir para tomarmos o pequeno-almoço e irmos.

            E assim foi. Tomaram o pequeno-almoço e lá partiram juntos em direção à casa abandonada.

                   Durante o percurso, mal trocaram algumas palavras. A Maria, apreensiva e com o coração a bater a mil à hora e o Joaquim, aparentemente corajoso, tinham receio do que se passaria naquela grande mansão misteriosa.

Enfim, aí estava a casa. Aproximaram-se da porta e o Joaquim, com a mão a tremer, abriu-a surpreendentemente sem qualquer esforço. Entraram lá dentro, mal sabendo eles que a porta se iria trancar de seguida. Só ouviram o estrondo da porta a fechar. Maria, preocupada disse:           

- Agora como é vamos voltar para casa?

O Joaquim apavorado respondeu:

- Não sei, mas agora temos mesmo de explorar esta casa para procurar uma saída.

Avançaram cautelosos e, à medida que penetravam naquele espaço, o ambiente tornava-se ainda mais assustador: salas com paredes húmidas e escuras, restos de mobílias quebradas cobertas por um pó escuro e espesso, cortinas rasgadas que pendiam das janelas com vidros partidos e portadas que mal se seguravam. O ar abafado era quase irrespirável. Os aposentos pequenos e sombrios, sucediam-se numa configuração labiríntica. Maria e Joaquim sentiam-se cada vez mais inseguros, mas o prazer da aventura e da descoberta faziam-nos avançar, em silêncio, pela penumbra e só o ranger das tábuas do chão, perturbava o silêncio pesado. Chegaram a uma sala repleta de estantes com livros e ambos pensaram tratar-se de uma biblioteca. Cautelosamente, foram retirando alguns livros e, de repente, uma passagem secreta abriu-se atrás das prateleiras. Perceberam que estas funcionavam como uma porta falsa de acesso a uma passagem secreta. Empurraram-na e quando se abriu, viram um pequeno corredor escuro e bafiento que servia de patamar a um lanço de escadas de acesso a uma cave.

 Os dois resolveram entrar e, segurando firmemente as lanternas, desceram os degraus que rangiam a cada passo e o suspense aumentava…

Lá em baixo, caixas e mais caixas de madeira amontoavam-se desordenadamente, por entre cadeiras com pernas partidas, quadros pesados encostados a paredes e baús antigos como aqueles que havia no sótão da casa dos avós. Por entre o amontoado de velharias, um objecto relativamente grande destacava-se dos outros. Estava coberto com um pano pesado e espantosamente limpo, sem vestígios de pó. À sua volta o pavimento apresentava igualmente um aspeto diferente e eram visíveis marcas de sapatos. Os dois irmãos imediatamente apontaram as lanternas para o chão e, agora sim, eram nítidas várias pegadas que continuavam pelas escadas. Que mistério seria aquele? Alguém tinha lá estado recentemente antes deles…

_ Que fazemos? – perguntou,  assustada, a Maria.

- Acho que alguma coisa importante está ali guardada – acrescentou o Joaquim.

Curiosos, retiraram a coberta e, para surpresa de ambos, encontraram a Custódia de Belém ,um objeto valioso português de ouro e esmalte datado de 1506 ,cuja autoria é atribuída a Gil Vicente e considerada a obra-prima da ourivesaria portuguesa. Foi encomendada pelo rei D. Manuel I de Portugal para a Capela Real. Joaquim e Maria pegaram na custódia e decidiram levá-la para o museu mais próximo. Seguiram as pegadas e encontraram uma porta aberta e conseguiram sair da casa abandonada.

Dirigiram-se ao museu mais próximo e entregaram a custódia ao diretor.

Como recompensa o ministro da cultura resolveu oferecer-lhes uma fantástica viagem à cidade de Belém , onde nasceu Jesus Cristo.

 

 

 
Trabalho realizado pelas turmas do 5º Ano

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